segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Para o desinteresse geral



Tem coisas que eu simplesmente amo nos japoneses.

Hoje comemoro o meu aniversário, atrasado alguns dias, sentado na mesa de um bar, enquanto alguns amigos em casa preparam uma festa-surpresa que eu inventei pra mim.

Na mesa ao lado, dois amigos japoneses, incrivelmente descontextualizados, soltos numa cidade africana, conversam num tom que, pra mim, chega a soar familiar. Ao lado deles, um raro exemplar de pai de família de classe média moçambicano desfruta, juntamente com suas duas filhas mais velhas, alguns coctails bem coloridos. A caçula, de uns nove anos, dança ao som de Like A Virgin melhor que a própria Madonna, mesmo sentada numa cadeira, comendo pudim de natas.

Um Hummer amarelo, com direção do lado esquerdo, aterrissa logo em frente da entrada. Dois gajos de óculos Gucci escuros, ignorando o fato de estar de noite, saem do veículo e entram no estabelecimento apenas para chamar sua malta, que sai sem pagar a conta – Angolanos.

A menina, os angolanos e as acácias plantadas ao redor, resumem o que se pode chamar de africano no cenário. O bar com nome italiano na avenida Julyus Nyerere de Maputo exibe uma decoração plástica, iluminada, moderna e um bocado brega, tal qual um bar dentro de um shopping center em qualquer lugar.

Os tais japoneses da mesa ao lado, por fim, fumam compulsivamente cigarros dum maço de insosso Dunhill branco, bebem paints de cerveja Laurentina Preta alternando despreocupadamente colheradas de gelatina tutti-frutti.

Amo japoneses.

...

p.s.: Saudades de Miki, Mitsu, Miwa, Débola, Angelo, Jana, Reca, Telma, Beto, Luciana e dos outros amigos japas espalhados por São Paulo.

3 comentários:

gi disse...

ô racinha, né?

Eva disse...

pô, esqueceu de mim.

zé maia disse...

Ah,claro, você também Eva Matsufuji Uviedo