Enquanto o amor se propaga entre as tempestades teóricas do espírito, do romance e do corpo químico alguma coisa acontece aqui. Sim, ela acontece. Não se tratam dos fatos, dos acasos, das histórias, da dialética. Algo acontece. Enquanto as gentes se jogam nos erros, deleitam-se em acertos, gozam moral, educação, esperança. Enquanto isso, nos momentos em que cavaleiros apontam aos céus suas espadas contra o tédio, o sono, contra a calma. Algo acontece. Enquanto os rios de cada vida seguem seu rumo entre vales, calcário, esgoto e enxurrada. Enquanto se tenta explicar, ou ao menos perceber, algo acontece. Enquanto as distâncias, as lembranças os bits, bytes, megabytes, teras, os etc., se limitam nos sons, nos cliques, nos limites. Enquanto isso (tec, tec) algo acontece. O amor tenta-se a se explicar enquanto isso. A pele se arrepia e se explica. O medo se espanta e se justifica. Enquanto isso, num longe, num lugar perdido das próprias calmas, o amor se finca. De longe, daqui, um esporo cheio de verdade se lança a meio mundo e se enterra no coração de uma criança. É o que percebo. É a verdade agora. É o que acontece.
Otimista apocalíptico
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O sonho é uma simulação do futuro, diz Sidarta Ribeiro. “Sempre que tenho
uma situação…
Há 2 meses
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