segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Feliz aniversário, otário!




É que eu já perdi mesmo as contas de quantas vezes fui assaltado...

Voltando da aula de kung-fu, com uns onze anos de idade, ao chegar na L2, vindo da ACM da 608 Sul, em Brasília. Cinco meninos de rua me arrancaram o quimono preto e me deixaram com a humilhante sunga, usada na aula de natação. Foi aí que eu vi o quão inútil aquelas aulas de artes marciais estavam sendo. Foi o primeiro assalto que eu sofri.

Meses depois, voltando da loja de artigos de RPG na Asa Norte, com orgulhoso com o deck completo Magic the Gethering nas mãos e patins nos pés, meninos de rua, encantados com os monstros brilhantes das cartas que eu observava no fundo do Grande Circular, ônibus que circulava todo o Plano Piloto, me arrancaram os baralhos mágicos e correram ferozes e felizes pela comercial da 703 Norte.

Já em São Paulo, pouco depois de ter me mudado pra cidade, andando pela Rebouças, um grupo de trombadinhas armados com dedos atrás dos casacos me arrancaram uns trocados, deixando generosamente o dinheiro do "busão".

Numa padaria do Paraíso, na fila pra pagar, a dupla em minha frente sacou o revólver, limpou o caixa e os três Reais que eu levava pra comprar os pães.

Na Augusta tentaram me roubar a máquina fotográfica que se espatifou no chão e quebrou em mil pedacinhos.

Voltando do trabalho com o mísero salário inteiro no bolso um cara mal encarado me pede um cigarro e logo depois, o dinheiro. Dei sorte, convenci ele de que só tinha cinco reais e foi tudo o que ele levou.

Morando em Perdizes, ao chegar em casa de um passeio vespertino de um lindo sábado de outono, a porta do apartamento havia sido arrobada com um pé de cabra. O apartamento estava agora de pernas pro ar o computador e a máquina fotográfica da amiga que morava comigo haviam sumido.

Na 9 de Julho, um menino me levou um celular. Estava armado.

Na Faria Lima eu consegui convencê-los a não me levarem o celular e estava realmente sem dinheiro, fiquei sem algumas HQs.

Ao encerrar o contrato com uma editora, fiz um saque de oito mil Reais no Bradesco da Rua dos Pinheiros. Um motoqueiro seguiu meu taxi até perto de casa, na época, nos Jardins. Atrás do Carrefour, ele saiu da moto, tampou a placa e me seguiu ordenando que eu entregasse a sacola. Empurrei ele e em um piscar de olho eu havia me teletransportado pro interior do supermercado. Foi por pouco.

Num ponto de ônibus da Berrini, fiquei amigo dos assaltantes que entenderam a importância do anticoncepcional pra minha namorada e não me levaram o dinheiro. Tava ficando bom nisso.

Voltando do Mercado Municipal com a Gi e a Poli, com uma fortuna em queijos variados e uma panela nova pra preparar polenta, perdemos a panela pra dois trombadinhas armados com uma régua. A Gi defendeu heroicamente sua bolsa mostrando que ali só tinha queijo.

Em Gênova, na Itália, roubaram minha carteira. Isso resultou numa perseguição pelas vielas medievais da cidade até um lugar descampado escuro onde um combate patético entre eu e os dois meliantes me deixou sem a carteira e com dois dentes quebrados.

Em Buenos Aires levaram a bolsa da minha ex-namorada enquanto tomávamos uma cerveja numa praceta. Eu fiquei sem minha máquiha fotográfica.

Em Cape Town, na África do Sul toda o know-how adquirido depois de anos sendo assaltado ajudou a espantar os bandidos com um grito intimidador. Estávamos bêbados, claro, eu e Léo, mas valeu a pena. Não nos levaram nada.

Ontem, andando pelo centro de João Pessoa, policiais cheios de boa vontade me colocaram no camburão depois de eu ter pedido uma informação. Estavam sendo simpáticos, resolveram me levar a algum lugar onde eu pudesse me divertir. Claro que pediram uns trocados pro Guaraná que eu cedi sem hesitar. Por algum motivo acharam que a boate GLS da cidade era a minha cara. Eu cheguei na "balada" saindo de uma viatura policial para a surpresa das pessoas que aguardavam na fila do lado de fora. Não podia ser pior. Travestis decadentes me olhavam com nojo. Resolvi voltar pra casa...

...No ponto de ônibus da Lagoa, uma faca no pescoço me avisava que eu tinha que entregar meu celular.

Fica aí a dica pra meu presente de aniversário.



6 comentários:

Anônimo disse...

Não ficou faltando nenhum não?

zé maia disse...

nossa, pior que ficou...

Juscelino Mota disse...

Geralmente as pessoas com mais cara de bobo são escolhidas pelos ladrões.

zé maia disse...

Ah, falou o lindão...

Aurea Lúcia disse...

Alguém viu meu filho Zé por aí?
Tentei várias vezes falar com ele ontem, mas não consegui e ainda não parei de chorar, com meu presentinho no coração.

Anônimo disse...

parabéns por mais um assalto! bjs ju