segunda-feira, 20 de abril de 2009

Gente fina, gente poderosa, gente que interessa


Aposta milico-rubro-comunista no guarda-roupa do reinado: tendência

Muito sol, muito agito e muita azaração marcam esse domingo inesquecível no estádio de Manzini, na Swazilândia.
A Nação Swazi se reúne eufórica para saudar o glorioso Rei Mswati III no dia em que completa 41 anos. O estádio, que já não anda bem das pernas, treme a cada salva de palmas que, por segurança, são cada vez mais tímidas, a medida em que o exercito de uniforme vermelho lá em baixo dá mais uma volta separado por quatro blocos humanos e uma banda marcial, que teve o privilégio de contar com um playback para cobrir um surdo furado e tocar alguns instrumentos que no fim das contas não são de bandas marciais.
Na minha opinião o maestro inovou.
A Swazi dá mais um passo rumo ao século XXI inovando também nos efeitos especiais durante o desfile. Contando com três telões espalhados pelo estádio para mostrar os pormenores filmados ao vivo, a organização do evento resolveu apostar na "multimédia" ao introduzir em um deles um vídeo do astro pop inglês
Robbie Williams. Repare que o vídeo passava em apenas um dos três telões, ao mesmo tempo em que os outros dois mostravam a plateia, o rei dando tchauzinho, o tacape bacana de algum feiticeiro ou o turbante bonito de uma ou outra esposa real.
Robbie Williams ainda bombava no ecrâ quando um grupo de aproximadamente trinta criancinhas vestidas de anjo entram em campo para cantar uma canção para o rei. Quebrando as barreiras da música convencional, tradicional, experimental e da anormal também, a banda marcial swazi toca outra música ao mesmo tempo em que os anjinhos tentam desesperados encaixar um Parabéns Pra Você zulu num pam-pam-pam-pam marcial aparentemente equivocado tocado pela banda. Sabe como é, na frente do rei não dá pra parar, começou vai até o fim...
Na minha opinião o maestro inovou de novo, arriscando inclusive sua vida para tal.
Mswati III, ou só III pros amigos, esbanjou requinte e elegância usando um saiote de leopardo fresco caçado uma semana antes especialmente para o evento. O penacho preto e vermelho tá super em alta e não podia faltar esse ano. Escudo tá usando também.
Por fim, a multidão maravilhada vibrou à passagem de um helicóptero, chamado por alguns de lata velha (eu gostei, achei retrô), que passou jorrando uma fumacinha azul e outra vermelha, cores que, como quase todas as outras do arco-íris, fazem parte da bandeira swazi.
Do lado de fora a sofisticada gastronomia nacional podia ser desfrutada em micro-restaurantes que ali no asfalto mesmo serviam banana, abacate e uma espécie singular de hot-dog com alface.
Tudo de bom.

Centenas de pessoas empuleiradas: o importante é ver o Rei passar

Um comentário:

gi disse...

seus textos são definitivamente ótimos, apesar de caóticos.