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Sopa de Letrinhas
Batata, cenoura, vagem, grão-de-bico, cebola, alho, gergelim, pimenta-jamaica, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z e sal a gosto.
Acontece que a sopinha, feita com tanto amor, tinha aquele gostinho tosco e singelo de comida caseira. Toda reconfortante, a sopa foi preparada com carinho e amor, com o critério de quem quer bem e quer ver crescer. Carinho de vó, de tia, de mãe, de cozinheira velha. Requentada com leite, rançosa e infantil, o cheiro, o gosto e aspecto programados pra grudar na memória pra sempre, levando consigo uma informação complexa: "amo-te".
O esquisito disso tudo é que no fim de tudo quem comeu a sopa fui eu. Eu, que no começo fiz a sopa para a bebê. O bizarro foi despejar todo esse amor e carinho numa panelinha, requentar e engolir tudo isso de volta. Curioso foi me sentir amado por uma figura abstrata, aquele Eu que ontem fez a sopa... Na sopa de letrinhas tinha tudo lá, pra quem comesse. Sem desperdício, os ingredientes provenientes de mim permaneceram ali, intactos, e voltaram todos, quentinhos.
Não sei se me faço entender. Foi como um vampiro sugando o próprio sangue ou um tupinambá comendo a própria perna.
Aí que, acalentado, seguro, lembrei de umas coisas. Lembrei que tenho que ir mais longe, lembrei que quero mais, lembrei que posso e que devo ir bem mais além... Lembrei que eu tô indo.
Vamo lá.
2 comentários:
vamo la entao!
e a lua vem tambem...a pe e nas costas, com a caneta de feltro para autografar todos os momentos em que as letrinhas nao chegarem para escrever. escrever historias de monstrinhos do pantano de todas as cores nas paredes do caminho e de bilões de cabeça para baixo pendurados pelo pé. papando, fazendo óÓ ou dando xi corações.
com todo o amor pelo jé
um bah para ele
que sopa linda de se ver!
o amor e carinho depois que saem da panelinha junto com as letrinhas, colorido, vão muito bem pra ze comer com pão.
eu adoro!
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